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REPIA na CineOP

25 a 30 de julho de 2025

Entre os dias 25 e 30 de junho, ocorreu em Ouro Preto a 20ª edição da CineOP, mostra que tem como foco o patrimônio audiovisual. O evento reuniu preservadores, arquivistas, representantes de instituições, pesquisadores e outros profissionais para assistir a filmes e mesas sobre questões ligadas à preservação e aos arquivos. A Repia, representada por Carolina Amaral de Aguiar (USP), foi convidada para acompanhar os debates que ocorreram no 20º Encontro de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros.

Entre as várias mesas e iniciativas, destacamos o lançamento da Rede Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros, uma iniciativa do MinC como forma de criar pontes entre instituições públicas e privadas de preservação do patrimônio audiovisual. O uso das imagens de arquivo, um tema particularmente caro à Repia, foi um eixo central, tanto nos filmes selecionados pela curadoria como nos debates do Encontro. Destacamos a mesa “O uso de acervos de novos filmes”, que contou com a presença dos cineastas Jorge Bodanzky e Liliane Maia (diretores de Um Olhar Inquieto: O Cinema de Jorge Bodanzky), Tarsila Araújo e Marcelo Mello (diretores de Os Ruminantes), Thiago Moulin(diretor de Meu Pai e Eu) e Ana Rieper (diretora de Paraíso). Este último filme, aliás, foi o vencedor do Prêmio Arquivo em Questão, entregue pela primeira vez na edição de 2025.

Gostaríamos ainda de destacar a presença de alguns dosnossos parceiros na CineOP: o Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual (LUPA), a Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA), o Centro Técnico Audiovisual – CTAv e a Pesquisadores de Audiovisual, Iconografia e Conteúdo (PAVIC).

Agradecemos imensamente à Universo Produções e aos curadores – especialmente à Vivian Malusá e ao José Quental, da Temática Preservação – pelo convite. Vida longa à CineOP!

Fotografia, cinema e anticomunismo na Guerra Fria cultural:

REPIA recebe Daniel Mandur Thomaz

10 de julho de 2025

No dia 10 de julho, o pesquisador Daniel Mandur Thomaz (King’s College London) participou de um encontro promovido no âmbito da REPIA – Rede de Pesquisas das Imagens de Arquivo, em parceria com o LECV FGV, LAEPS FGV e o grupo Práticas do Contra-Arquivo da PUC-Rio, apresentando a conferência “Fotografia, Cinema e Anticomunismo na Guerra Fria Cultural: Alan Fisher e a atuação do Serviço de Informação dos EUA no Brasil durante os anos Truman”.
No evento, o pesquisador apresentou o projeto de pesquisa The Spectacle of Propaganda: Alan Fisher and the United States Information Service in Brazil, financiado pelo Arts and Humanities Research Council (AHRC), do Reino Unido. Daniel compartilhou os primeiros resultados do projeto, que investiga a atuação do fotógrafo norte-americano Alan Fisher no Brasil dos anos 1940 e 1950, no contexto das ações do Serviço de Informação dos Estados Unidos (USIS) durante a Guerra Fria.

A partir da análise de fotografias e filmes produzidos por Fisher — muitos deles ainda inéditos e agora reunidos em um website bilíngue (https://x.gd/yY6en) —, a pesquisa revela como a imagem fotográfica foi mobilizada como instrumento de propaganda e diplomacia pública em meio ao avanço das tensões ideológicas globais. Daniel apresentou imagens emblemáticas feitas por Fisher em Minas Gerais, na Amazônia e em Brasília, destacando os enquadramentos estéticos e os sentidos políticos atribuídos às representações do Brasil rural, indígena e desenvolvimentista.

A atividade se inscreve nos esforços da REPIA em promover o debate sobre arquivos visuais e memória política, reunindo pesquisadores de diferentes instituições e países. O evento também integrou uma agenda de cooperação entre o King’s College London, os laboratórios LECV e LAEPS do FGV CPDOC, que inclui a realização de oficinas com professores da rede pública e o acolhimento de estudantes brasileiros em programas de doutorado sanduíche no exterior.

REPIA participa da premiação inédita de pesquisa audiovisual

no Festival É Tudo Verdade

03 a 13 de abril de 2025

Pela primeira vez, o Festival É Tudo Verdade / It’s All True incluiu uma premiação voltada especificamente para a pesquisa audiovisual. A nova categoria — “Prêmio Maria Rita Galvão – Melhor Pesquisa na Competição Brasileira” — reconheceu a excelência do trabalho de pesquisa em um dos filmes participantes da mostra nacional (seja longa, média ou curta-metragem).
Na edição de 2025, o prêmio foi concedido ao filme Bruschy: um auto-retrato, dirigido por Erik Rocha, pela qualidade e sensibilidade do processo de pesquisa que sustenta a narrativa da obra.
A criação da categoria e a realização da premiação foram fruto de uma articulação conjunta entre instituições dedicadas à preservação e à pesquisa de imagens em movimento. A iniciativa contou com a parceria do festival e foi organizada, além da REPIA, pela Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA) e pela Pesquisadores de Audiovisual, Iconografia e Conteúdo (PAVIC). O projeto teve ainda o apoio da Abrolhos Filmes e do Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual (LUPA/UFF).

Seminário Internacional Arquivo e Contra Arquivo

06 a 10 de maio de 2024

O evento reuniu reflexões e resultados de pesquisa sobre os contextos de produção, as migrações, a sobrevivência, as políticas de preservação e a retomada de imagens não canônicas e não institucionais. Os trabalhos apresentados analisam filmes amadores e familiares; registros clandestinos; filmagens militantes, realizadas por coletivos e/ou que circularam por redes de solidariedade; entre outras fontes visuais e audiovisuais que atendam à noção de contra arquivo. O uso desse conceito colabora com o entendimento do arquivo e de suas práticas como lugares de disputa.