a rede
A Repia tem como objetivo reunir pesquisadoras e pesquisadores – e respectivos grupos de pesquisa, laboratórios, instituições, organizações e coletivos -, interessados nos arquivos audiovisuais, na busca de informações sobre suas origens e deslocamentos, na investigação dos circuitos que percorrem e no interesse sobre como sobrevivem aos desgastes do tempo. O que são as imagens e sons de arquivo? Como eles contribuem para a produção de diferenças sociais e culturais? Quais as políticas de preservação, classificação, armazenamento e recuperação desses materiais? Quais as formas de produção das imagens e sons e as tecnologias usadas? Como chegam aos acervos públicos e privados, quais os cuidados que recebem e de que maneira são retomadas em filmes, obras de arte e exposições? Como buscar aquilo que ficou fora, aquilo que excede os acervos oficiais? Quais as iniciativas e políticas públicas e privadas que colaboram para a produção, preservação e acesso a esses materiais?
A Repia é uma rede de pesquisa interdisciplinar atenta às questões de gênero, raça e às práticas do arquivo e contra arquivo. O interesse é pensar nas múltiplas perspectivas sobre a produção de saberes, o conhecimento histórico e formas de narrar o mundo que são abertas com a pesquisa de fotografias, imagens e sons em movimento que chamamos de arquivo audiovisual.
A plataforma da Repia funciona como um espaço de encontros, trocas e divulgação de pesquisas e trabalhos com os arquivos audiovisuais.
quem somos
Cofundadoras
Carolina Amaral de Aguiar
Professora de História no Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP). Pesquisa as relações entre História e Cinema, em especial dedicando-se aos trânsitos e intercâmbios entre América Latina e a Europa. Entre suas publicações, destaca-se o livro “O cinema latino-americano de Chris Marker”. É pesquisadora associada do grupo “História e audiovisual: circularidades e formas de comunicação”.
Patrícia Machado
Professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação e da graduação em Estudos de Mídia da PUC-Rio. Líder do grupo “A pesquisa das imagens de arquivo e o desenvolvimento de um método”, CNPQ. Jovem Cientista do Nosso Estado Faperj, coordena o projeto “Práticas do contra arquivo: mapeamento e análise de imagens não oficiais da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985)”.
Thais Blank
Líder do grupo de pesquisa do CNPq Laboratório de Estudos da Cultura Visual LECV FGV CPDOC. Professora da Escola de Ciências Sociais da FGV CPDOC e do Programa de Pós-graduação em História, Política e Bens Culturaturais FGV CPDOC. Coordenadora do projeto Novos olhares sobre o arquivo: visualidade, difusão e educação nos arquivos de mulheres do CPDOC. Pesquisadora e realizadora audiovisual.
Grupos de Pesquisa / Laboratórios
O Projeto “Práticas do contra arquivo: mapeamento e análise de imagens não oficiais da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985)” tem como objetivo mapear, investigar, mapear e analisar imagens em movimento produzidas no período da ditadura militar que provocam uma disruptura em relação às narrativas oficiais dos cinejornais estatais da época. Ao confrontar as imagens mapeadas com as oficiais, e com documentos de diferentes naturezas, a proposta é tornar visíveis questões relativas à violência cultural, política, de gênero e raça no Brasil da ditadura. Coordenado pela pesquisadora Patrícia Machado com apoio do Programa Jovem Cientista Faperj, o projeto está vinculado ao grupo de pesquisa “A pesquisa das imagens de arquivo e o desenvolvimento de um método” (CNPq) e reúne estudantes da graduação e pós-graduação em Comunicação da PUC-Rio em reuniões e atividades de pesquisa semanais.
O Grupo de Pesquisa do CNPq “Laboratório de Estudos da Cultura Visual“, liderado por Thais Blank, foi criado em 2018 com o objetivo de proporcionar discussões e disseminação de conhecimento em torno da produção visual contemporânea. Dedicando-se ao estudo das imagens em variados suportes (cinema, fotografia, vídeo, digital), o laboratório propõe se constituir como um espaço multidisciplinar que interroga diferentes regimes visuais a partir de questões colocadas pela História, pelas Ciências Sociais, pelos Estudos Culturais, pelas Artes e pelo Cinema. Os encontros do LECV acontecem periodicamente, onde são debatidos textos, produções audiovisuais e pesquisas que interrogam a visualidade, a produção, a circulação, a preservação e o consumo das imagens.
O LUPA – Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual – é um laboratório vinculado ao Departamento de Cinema e Vídeo e ao Programa e Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual (PPGCine) da Universidade Federal Fluminense (UFF), sendo localizado no Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS). Seu objetivo é apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão no campo da preservação audiovisual e colaborar na promoção e preservação do cinema amador do Estado do Rio de Janeiro. Além de iniciativas voltadas para a preservação e acesso aos filmes realizados ao longo dos mais de cinquenta anos do curso de Cinema e Audiovisual da UFF, o LUPA é o primeiro arquivo de filmes universitário, temático e regional do Brasil, reunindo coleções de filmes e equipamentos relacionados ao cinema amador fluminense. O LUPA é coordenado pelo prof. Rafael de Luna Freire e integrado por docentes e discentes da UFF, além de pesquisadores de outras instituições.
(An)arqueologias do sensível – UFBA. Uma iniciativa interdisciplinar – e, potencialmente, indisciplinar e intersticial – que visa ao desenvolvimento de investigações teóricas, críticas, historiográficas, criativas e experimentais relacionadas às diferentes configurações da experiência das imagens.
Memories Matter. Materiality and Kinophagy in Film Archives
Universität zu Köln, Germany
Dra. Cabrera, Delfina
Dra. Gil Mariño, Cecilia
Dra. Saavedra, Carola
This project seeks to open up the archives and archival practices of Latin American cinemas, focusing on areas and objects of study that have often been overlooked in specialized research. By combining the theoretical framework of new materialisms with region-specific film archival research methods, the project strives to create new research pathways. To achieve this, it introduces the concept of “kinophagy,” which explores how audiovisual records falling outside dominant aesthetic and historical criteria are misrepresented and rendered invisible. Our goal is to provide a critical alternative to prevailing national perspectives on audiovisual heritage by concentrating on materials that have been excluded from the main narratives of art because they were considered to lack historical, political, or aesthetic value, such as those produced by communities and individuals historically subjected to violent colonial imagery. Since audiovisual heritage from Latin America is often overlooked by researchers and curators, mainly due to challenging preservation and digitization conditions, our project aims to unveil the potential of the diverse material and audiovisual content within existing archives. We will develop context-specific research methods, drawing attention to marginalized cinema memories, with the aim of addressing preservation policies and the intricate dynamics between the Global North and Latin America within the realm of archives.
INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES, COLETIVOS
A Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA) foi criada em 2008 e é formada por profissionais da área de preservação audiovisual em atividade no Brasil. Sua missão é contribuir para o desenvolvimento e aperfeiçoamento técnico, científico e cultural dos profissionais, promovendo a valorização e a difusão do trabalho de preservação audiovisual através de diversas ações e iniciativas. A ABPA tem também como finalidade promover o interesse público pela salvaguarda e acesso ao patrimônio audiovisual brasileiro como fonte histórica, cultural, artística, educativa e econômica.
O Centro Técnico Audiovisual – CTAv, localizado no Rio de Janeiro, é uma Coordenação-geral subordinada à Diretoria de Formação e Inovação da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. A área de Preservação e Difusão é responsável por desenvolver ações de conservação, acesso e difusão dos acervos sob a sua guarda.
A Cinelimite é uma organização dedicada à exibição, distribuição e digitalização (IDFB) do cinema brasileiro de repertório. A iniciativa oferece uma plataforma on-line gratuita para filmes brasileiros antigos recentemente traduzidos, ao mesmo tempo em que fornece material suplementar estimulante, como ensaios escritos e em vídeo, entrevistas, listas e eventos especiais ao vivo.
a PAVIC – Pesquisadores de Audiovisual, Iconografia e Conteúdo é uma associação brasileira, sem fins lucrativos, que nasceu da necessidade de dar maior visibilidade, reconhecimento e valorização para o trabalho de pesquisa feito por profissionais que atuam nos mercados culturais, artísticos, educacionais e de entretenimento.
Instrumento fundamental no processo criativo, a pesquisa fornece as bases para estruturar e materializar ideias e projetos. São insumos fundamentais para documentários, filmes de ficção, séries, telenovelas, podcasts, livros, publicações, memoriais institucionais, exposições em museus e centros culturais, entre muitas outras possibilidades.
Profissionais de pesquisa atuam, por exemplo, garimpando arquivos públicos e particulares; contribuindo na organização de acervos; identificando e conquistando personagens reais que dão vida a narrativas; aprofundando detalhes de eventos históricos; proporcionando um mergulho profundo nos temas que subsidiam ou estruturam as novas obras.
A PAVIC é uma associação que congrega profissionais da pesquisa que desejam criar uma rede para fortalecer a categoria. Porque pesquisa não é improviso: pesquisa é profissão.